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06/11/2018

Diabetes e cuidados com os olhos

A diabetes, quando não controlada, pode causar uma série de problemas para os olhos, principalmente devido à alta concentração de glicose no sangue. Entre as complicações que podem ocorrer está a retinopatia diabética, a catarata e o glaucoma. E todas elas, se não tratadas, podem evoluir para a cegueira.

As complicações podem aparecer tanto nas pessoas que sofrem do diabetes do tipo 1 quanto das que são acometidas pela diabetes do tipo 2. Segundo pesquisas realizadas pela Sociedade Americana de Diabetes, as pessoas com diabetes do tipo 2 possuem 40% mais de chances para desenvolver problemas nos olhos.

Um dos sintomas comuns causados é a visão turva, principalmente quando os níveis de açúcar no sangue estão descontrolados. Isso ocorre porque a quantidade excessiva de açúcar causa um inchaço no cristalino, que é considerado a lente do olho, e fica com o foco do olho comprometido. Quando a taxa de glicose no sangue normaliza, em geral, se não houver outras complicações, a visão volta ao normal.

A seguir falaremos de cada uma das doenças que podem acometer, de modo mais frequente, as pessoas sofrem com diabetes.

Retinopatia diabética

Quando o fundo do olho sofre lesões, em pacientes diabéticos, irá resultar na retinopatia diabética. Essa complicação não depende apenas da taxa de glicemia, mas também da hipertensão arterial e níveis de colesterol.

A retinopatia diabética se caracteriza pelo acúmulo da glicose nos vasos sanguíneos da retina e causa uma espécie de borramento na visão. O acúmulo de material nos olhos pode levar a uma hemorragia.

Pode ocorrer em dois tipos: retinopatia diabética não proliferativa e retinopatia diabética proliferativa.

A retinopatia diabética não proliferativa é a primeira fase da doença. Geralmente o derrame afeta a mácula e traz problemas para a área central da visão. Dificilmente haverá necessidade de cirurgia.

Já na retinopatia proliferativa há o crescimento de vasos sanguíneos na retina e que acabam causando vários sangramentos e também cicatrizes, que podem originar um descolamento da retina. Acarreta numa maior perda de visão e pode causar cegueira total.

Catarata

A catarata é a causa mais comum da cegueira no mundo e em alguns casos pode ser evitada. Em pessoas que sofrem de diabetes, a doença aparece mais cedo e, geralmente, com mais frequência. Adultos com diabetes têm de duas a cinco vezes mais chances de desenvolver a catarata.

A catarata afeta a lente do olho e acaba deixando a visão turva. É necessário fazer cirurgia para retirar a catarata e colocar outra lente dentro do olho. Porém, os pacientes com diabetes são os que apresentam os que podem apresentar os piores resultados após a cirurgia, sendo que o risco é aumentado, principalmente nos casos em que a retinopatia já está se desenvolvendo.

Glaucoma

A diabetes também pode aumentar a incidência do glaucoma. Essa doença causa o aumento da pressão do olho e pode afetar o nervo ótico. Causa inicialmente, a perda da visão lateral e, se não tratada de maneira adequada, pode resultar em cegueira total. Em adultos diabéticos o risco de ter essa doença quase que duplica.

O glaucoma geralmente é assintomático, sendo que os sintomas na maioria das vezes aparecem quando a visão já está comprometida. Essa doença geralmente acomete os adultos com mais de 40 anos de idade.

O tratamento inicial é feito com colírios específicos e, em alguns casos, a cirurgia à laser pode ser indicada. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações e, consequentemente, à perda total de visão.

Vale ressaltar que o glaucoma é a principal causa da cegueira irreversível no mundo. Nos Estados Unidos estima-se que mais de 2,2 milhões de pessoas sofram dessa doença. Já no Brasil o número é de 2 milhões.

As formas mais eficazes de evitar todas as doenças citadas acima e que, ocorrem de maneira mais frequente entre os diabéticos, é manter as taxas de glicoses e a hipertensão arterial controladas. Também é necessário realizar exame oftalmológico anual e fazer um controle periódico da pressão ocular.

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Dr. Leonardo Poli

CRM/PR – 18150
RQE – 26366

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